segunda-feira, julho 31, 2006

Divisão de corpos

Escrever algo fora do contexto é a mesma sensação que tenho quando estou em outro corpo, as coisas simplesmente não se encaixam, as pessoas mudam e suas formas também. Acho que é costume, ainda não tive tempo de me acostumar novamente. Hoje sinto que essa simetria não existe mais, não como era antigamente, a adaptação ou a falta dela provoca um demorado esquecimento, a lembrança do ser humano é volátil, a gente só lembra o que quer. Eu quero lembrar, mas não consigo, a lembrança deve ter um tempo de expiração. Acho que enfim nossos corpos estão separados, posso estar enganado, esse tipo de coisa pode ser como andar de bicicleta, a gente nunca se esquece, clichês a parte, acho que o que falta para nós dois é um novo amor, tarefa que aparentemente parece impossível, pelo menos pra mim, mas vou continuar tentando e se realmente for impossível é porque no final acabaremos juntos.

por Felepi

2 comentários:

Anônimo disse...

toda separação é meio traumática, mais pra uns do que para outros, e essa divisão é algo que levamos com muita dificuldade, acho que nesses momentos devíamos ser mais racionais e simplesmente usar o bom senso!

Anônimo disse...

"É triste que o ar seja a única coisa que compartilhemos. Não importa o quanto estejamos próximos uns dos outros, há sempre ar entre nós. É bom também que compartilhemos o ar. Não importa o quanto estejamos distantes, o ar nos une." YOKO ONO

"Meu corpo nunca será o teu. Desta fatalidade - em que se resume uma certa infelicidade humana - só uma possibilidade de escape: a sedução: que meu corpo seduza, transporte ou perturbe outro corpo." ROLAND BARTHES