quarta-feira, setembro 07, 2005

A foto dos meus sonhos

Quem nunca teve vontade de tirar uma foto que marcasse para sempre a sua vida?
Quem nunca teve mais de uma foto que marcasse para sempre sua vida?
A medida em que vamos vivendo, as fotos dos nossos sonhos vão sendo tiradas.
A foto de um ipê amarelo banhado pelo entardecer de um dia no cerrado,
A foto de um beijo carinhoso de um amigo depois de um dia perfeito,
A foto de um beijo apaixonado de um casal de namorado
Quem nunca quis fotografar um sonho para se lembrar ou pelo menos para mostrar
Que todos os dias de nossas vidas devemos tirar a foto dos nosso sonhos.

por Felepi

3 comentários:

Anônimo disse...

A foto dos meus sonhos eu já tirei né? hehehehehhe... Beijo! =O*

Anônimo disse...

O Filipe me pediu para escrever um texto sobre a preguiça. Naturalmente, demorei a responder, e essa metalinguagem não me escapa, de forma alguma. Eu me considero um ser preguiçoso. Aliás, nunca entendi por que afinal de contas a preguiça é consciderada um pecado capital. Muitas coisas boas advém da preguiça. Não falo do tal ócio criativo, nem atribuo a preguiça qualquer aspecto produtivo (no ócio criativo eu produzo, e no meu estado de preguiça eu quero me isentar de produzir, não quero ter utilidade, não quero “prestar”, não quero me prestar a nada).
Certamente a preguiça é o estado mais honesto do ser humano. Nunca somos mais sinceros do que quando nos admitimos preguiça, quando nos negamos a mobilidade, pendendo como marionetes frouxas, braços largados, olhos fechados; a preguiça é uma negação do mundo. Não chega a ser resistência, é exatamente o contrário. É uma rendição.
Uma professora que eu tinha sempre retrucava, um tanto impacientemente, quando alguém se queixava de estar “morrendo de preguiça” que “ a preguiça não mata, ela tortura”. Na verdade a preguiça não tortura, nossas incursões e responsabilidades sociais nos torturam. A preguiça nos recompensa, nos tira momentaneamente desse mundo; doloroso e torturante é retornar.
Freud vai dizer do desejo inerente a todo o ser vivo de voltar a um estado anterior, o que, em último caso, diz de um desejo do inorgânico de voltar a ser inorgânico. Quando meus músculos de afrouxam, meu ar me escapa, meu sistema motor se pausa, meus olhos se fecham, e todo o meu corpo se suspende, se derruba a sim mesmo, entregando-se assim furtivamente a total ação da gravidade, simulo meu estado de inorgânico... viro cadáver em vida, viro pedra, viro nada. E ninguém acusará as árvores de pregiça, elas que se estendem ali, de braços erguidos a produzir por sua própria conta alimento. Mas talvez elas estejam ali, suspensas em um eterno espreguiçar-se.
A preguiça não serve ao capitalismo, não é produtiva, não é genial. Ela é cômica, honesta, patética, deliciosa em sua democrática distribuição. Todo o ser vivo tem preguiça. Temos preguiça de viver. Entregar-se a preguiça é suspender a vida momentaneamente e deliciar-se com um torpor que ainda está por vir (afinal o deus grego da morte- Thanatus, era irmão gêmeo do deus do sono- Hypnos). A preguiça é uma simulação da morte (morto de preguiça), e talvez seja isso que ela tenha de tão tentador e pecaminosamente nocivo.

Anônimo disse...

Ah, filipe, o bonito da vida é que ela é efemera... O bonito dos sonhos é que eles são imprecisos... deixe a vida passar, deixe os sonhos guardados como partes... você é o indício de tudo isso...