quinta-feira, julho 24, 2025

Ainda somos humanos?

É 2088, estou andando em uma fazenda de órgãos humanos. Sinto uma brisa leve no rosto enquanto acaricio rins com as pontas dos dedos. Ao longe vejo pulmões pulsando. Veredas de vasos sanguíneos escondem um chão pantanoso vermelho escuro, é sangue. 

Enquanto ando na fazenda reflito sobre o presente. Eu vivi numa época que as pessoas morriam na fila de transplante de órgãos e hoje eu posso beber até ter uma cirrose hepática, vir aqui e trocar meu fígado. Empresas lucram com isso agora. Dominam toda a cadeia de mercado, nos destrói com remédios e seus colaterais e depois nos vendem os órgãos que os medicamentos lentamente corroem. 

Não há mais pessoas que nascem com problemas genéticos. Todo mundo é "corrigido" antes mesmo da concepção. Aquilo que até pouco tempo era chamado de eugenia hoje é como se fôssemos no shopping e na loja falasse: me vê uma eugenia ai, por gentileza. A eugenia é estrutural. Assim como racismo. Que tempo estranho pra se viver.

Bom, já escolhi meu coração aqui na fazenda e estou indo pra sala de cirurgia onde um robô que parece um polvo vai fazer a troca do meu coração, que veio avariado de "fábrica" e agora vou poder 

quarta-feira, maio 14, 2025

Quanto tempo

Quanto tempo não escrevo

Quanta coisa aconteceu desde então

Não sei nem por onde começar

Contar o que pra quem?


Nesse intervalo fiz tanta coisa

E continuo fazendo

Por isso estou sumido

É por um bom motivo


Mas tem a preguiça também

Alguns diários aqui e ali

Mas nada além disso

A escrita continua ajudando


Quanto tempo até eu voltar?

Não sei, espero que logo

Ainda tem o ciclista vagabundo ficcional

Tem o amante de montanha